Os deliciosos abacaxis são encontrados nas prateleiras dos supermercados o ano todo, com um aumento de 400% da produção global da fruta desde 1960. A desvantagem desse crescimento fenomenal é de 25 milhões de toneladas de resíduos de abacaxi por ano, devido às folhas descartadas da planta. A maioria deles é queimada ou deixada apodrecer.
O fast fashion passou por um período semelhante de rápido crescimento nos últimos cinquenta anos, com um impacto semelhante no meio ambiente. O setor é responsável por usar cerca de 93 bilhões de metros cúbicos de água por ano, ou 4% de toda a extração de água doce em todo o mundo. Isso deve dobrar até 2030.
A empresa Ananas Anam apresentou uma solução “fashion” para as folhas descartadas do abacaxi. Ao redirecionar os resíduos agrícolas provenientes da produção de abacaxi, criou uma série de tecidos naturais, Piñatex e Piñayarn, usando as fibras das folhas descartadas.
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As folhas são coletadas em feixes antes que as fibras longas sejam extraídas usando máquinas semi-automáticas. As fibras são lavadas, secas naturalmente pelo sol, ou em um forno seco durante a estação chuvosa, e depois combinadas com um fibra PLA à base de milho para criar um feltro que forma a base do têxteis.
Como o nome sugere, Piñayarn é um fio compostável e biodegradável, enquanto Piñatex oferece uma alternativa vegana ao couro, acabando com o processo de bronzeamento necessário para peles de animais que geralmente usam cerca de 250 produtos químicos poluentes.
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Esta solução não apenas oferece uma abordagem circular à produção têxtil, mas também é bom para os agricultores que produzem abacaxi. A Ananas Anam apoia comunidades agrícolas rurais em Bangladesh como o Eco-Fresh Agro, promovendo fortes parcerias por meio de sua cadeia de suprimentos transparente, e demonstrando que, ao reutilizar recursos, podemos fazer muito mais do que apenas seguir a moda.