O “plano verde” de recuperação pós-pandemia patrocinado pela Comissão Europeia prevê a criação de vinte novos empregos por cada mil toneladas de material têxtil que seja enviado para reciclagem. O programa reserva até 10 bilhões de euros para avançar na circularidade na indústria e aponta para a criação de 120 mil novos postos de trabalho no setor têxtil.
A circularidade é observada como o principal mecanismo de recuperação do setor têxtil na fase pós-Covid-19, tese que é repetida pela Comissão Europeia para outros setores, alinhando assim a recuperação comum com os objetivos do Green Deal. “Precisamos de uma economia mais resiliente, mais bem equipada para a digitalização e, acima de tudo, mais verde”, disse Virginijus Sinkevicius, comissário da União Europeia para o meio ambiente.
A União Europeia prevê investir entre 9 e 10 bilhões de euros para avançar na circularidade na indústria, num projeto que inclui medidas para descarbonizar o setor da energia e promover a mobilidade limpa como dois dos pontos centrais do plano, que enformará todas as restantes medidas. A Comissão sustenta que a circularidade é essencial para a recuperação, oferecendo “notáveis oportunidades económicas e de emprego”. Nos últimos quinze anos, o emprego direto gerado pela gestão de resíduos aumentou 35%, para 1,15 milhões de postos de trabalho.
No setor têxtil, o plano prevê a criação de vinte novos empregos para cada mil toneladas de têxteis reciclados, acrescentando cerca de 120 mil novos empregos no setor nos próximos quinze anos. Atualmente, os materiais reciclados representam apenas 12% do consumo total na União Europeia, com a área dos plásticos a ficar ainda pior na estatística: mal chega a 6%. O documento foi formalmente apresentado em 27 de Maio pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.