A consultora Moody’s concluiu um estudo acerca das consequência da pandemia de coronavírus na economia global e chegou à conclusão que um dos setores mais afetados será o da moda. A dúvida está no tempo que a Covid-19 demorará a passar mas, para todos os efeitos, as suas consequências já são inevitáveis.

As lojas foram forçadas a fechar e a coleção de primavera na Europa e EUA arrisca-se a não ser vendida. Além disso, algumas cadeias não irão gerar receitas suficientes para comprar as coleções de outono. Geralmente, os meses de março e abril são dos mais importantes para os varejistas de moda e o ecommerce não será suficiente para compensar a perda de receitas gerada pelo fechamento do comércio.

A cadeia de abastecimento também está em dificuldades. As empresas chinesas estiveram fechadas por alguns meses e, apesar da produção estar voltando a ativa, os mercados ocidentais estão todos parados. Os grandes lançamentos de moda e feiras têxteis foram canceladas, as fábricas europeias de marcas como Hermès e Chanel foram encerradas e cada vez mais fronteiras são fechadas. No caso de ainda haver alguma procura residual, esta não terá resposta devido aos problemas logísticos.

Na altura em que os consumidores começarem a comprar novamente, as coleções de primavera estarão desatualizadas, deixando os varejistas com um enorme estoque de produtos que não conseguirão vender, o que está a potenciar já os grandes descontos na Internet.

De volta ao trabalho, fábricas chinesas sofrem sem pedidos de EUA e Europa

Desde a semana passada, e-mails de clientes estrangeiros inundam a caixa de entrada da gerente de exportação Grace Gao com pedidos para adiar encomendas, segurar mercadorias prontas para serem enviadas até novo aviso ou para atrasar pagamentos por até dois meses. A Shandong Pangu Industrial, empresa onde Grace trabalha, fabrica ferramentas como martelos e machados, 60% dos quais vão para o mercado europeu. Com a propagação do coronavírus no continente, as paralisações suspendem pedidos às fábricas chinesas justo quando começavam a se recuperar. A história se repete em toda China.

“É uma completa e drástica reviravolta”, lamentou Grace, que prevê queda de 40% das vendas de abril a maio em relação ao ano passado. “No mês passado, nossos clientes eram os que nos procuravam para saber se ainda poderíamos entregar as mercadorias conforme planejado. Agora, somos nós que os procuramos perguntando se ainda devemos entregar os produtos como pedido.”

Esse novo padrão representa um grave risco para as chances de a segunda maior economia do mundo reparar os danos causados ​​pelas paralisações de fevereiro para conter o coronavírus. Mesmo com o otimismo sobre a recuperação de membros do governo, como o primeiro-ministro Li Keqiang, e adoção de medidas de apoio, economistas ainda cortam previsões de crescimento para a economia chinesa.

“É, definitivamente, a segunda onda de choque para a economia chinesa”, disse Xing Zhaopeng, economista do Australia & New Zealand Banking. A propagação global do vírus “afetará a manufatura da China através de dois canais: interrupções nas cadeias de suprimentos e queda da demanda externa”.

A primeira análise dos dados oficiais sobre os recentes problemas da indústria será conhecida em 31 de março, quando os índices dos gerentes de compras para o mês serão divulgados. Mas, a menos que haja forte recuperação, a queda recorde dos lucros vista nos dois primeiros meses do ano deve continuar. Enquanto isso, as empresas dizem que pedidos cancelados, logística incerta e pagamentos atrasados ​​se tornaram são agora as novas dores de cabeça.

“Fabricantes veem muitos casos em que clientes no exterior se arrependem dos pedidos ou onde mercadorias não podem ser entregues devido ao fechamento alfandegário em outros países”, disse Dong Liu, vice-presidente da Fujian Strait Textile Technology, no sudeste da China. A fábrica estava prestes a retomar capacidade total após o retorno de trabalhadores que estavam presos na província de Hubei, o epicentro original do surto. “O impacto nos pedidos de exportação é bastante sério.”

A crise econômica é mais perigosa que o virus chinês

A recessão econômica pode piorar a saúde em países de baixa e média renda, com mercados de trabalho precários e sistemas de proteção social fracos. O desemprego pode ser associado a mais de 30 mil mortes entre 2012 e 2017 no Brasil. É o que diz uma pesquisa publicada em 1° de novembro de 2019 pela revista científica The Lancet Global Health, que relacionou a recessão registrada no país com o quadro de mortalidade no período de crise. O estudo foi realizado por sete pesquisadores do Brasil e do Reino Unido que atuam na área de saúde e de economia.

O artigo abaixo faz um estudo da correlação entre recessão e mortes (foi um estudo feito no Brasil). Cada 1% na taxa de desemprego gera 0,5% a mais de mortes a cada 100.000 habitantes. Manter o país parado vai matar mais que o Coronavírus, sem nenhuma dúvida.

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2214109X19304097

A recessão grave aumenta a taxa de mortalidade das principais doenças responsáveis pelo maior número de mortes no Brasil (infecções respiratórias, deficiência nutricional, diabetes, problemas cardiovasculares, problemas mentais, suicídios, etc). Com base nesse artigo, mesmo que nenhuma medida de saúde pudesse ser tomada, ainda seria melhor preservar a economia para o bem do país. E tem outro detalhe: a massa simplesmente não vai ficar de quarentena! Lembrando que antes da crise pandêmica, o Brasil já tinha 12 milhões de desempregados, resultado dos 13 anos do “Partido dos Trabalhadores” no poder.

A quarentena horizontal, uma invenção do governo chinês que nunca foi testada antes na história, está demonstrando ser um grande erro. Os governos estão percebendo isso e estão começando a adotar o isolamento vertical, defendida pelo Presidente Bolsonaro e por vários médicos respeitados como o Dr. Anthony Wong que é Pediatra, professor e diretor do Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas da FM-USP, e o médio e deputado Osmar Gasparini Terra, que deram entrevista a Jovem Pan.

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Renato Cunha
O blog Stylo Urbano foi criado pelo estilista Renato Cunha para apresentar aos leitores o que existe de mais interessante no mundo da moda, artes, design, sustentabilidade, inovação, tecnologia, arquitetura, decoração e comportamento.

1 Comentário

  1. Os Portugueses têm de abrir fábricas e produzirem,para consumo interno e para exportação.
    Não se percebe pk este País não produz quase nada!!!!

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