O futuro da tecnologia vestível não está no nosso pulso, mas sim em todo nosso corpo. O Google e a Under Armour estão nos mostrando como isso vai acontecer. Os rastreadores biométricos de pulso para moda fitness tem ganhado muitos adeptos por poderem medir a frequência cardíaca, checar a temperatura corporal, mostrar as calorias perdidas durante o treino, exibir graficamente a eficiência dos exercícios físicos entre outras coisas.
Esse nicho tem se expandido rapidamente nos últimos anos mas o futuro dos wearables envolve mais do que apenas usar uma pulseira inteligente no pulso.
“Projeto Jacquard” do Google
Em seu evento Google I / O, em fevereiro de 2015, o Google demonstrou algumas das novas formas que a eletrônica está sendo inserida na trama dos tecidos para criar as roupas conectadas do futuro da nova era da “internet das roupas”. Isso está sendo feito através do Projeto Jacquard em parceria com a Levi utilizando fios condutores de eletricidade inseridos no tecido denim da jaqueta jeans, fazendo com que a manga e o punho da peça fiquem sensíveis ao toque do usuário para manipular dispositivos eletrônicos conectados ao smartphone.
https://www.youtube.com/watch?v=yJ-lcdMfziw
Essa tecnologia não é completamente nova pois algumas startups de tecnologia, como Athos, vem trabalhado com a tecnologia vestível há algum tempo. Mas os enormes recursos financeiros e tecnológicos do Google, unidos a icônica marca de jeans Levi, poderá tornar essa tecnologia acessível a um nível de consumo já em 2017. Enquanto o Google está experimentando com tecidos inteligentes, a Under Armour está comercializando seus wearables fitness.
Under Armour e a tecnologia vestível do futuro
Embora a tecnologia do Google é fascinante tecnicamente, é a Under Armour que está nos mostrando como a ideia poderia ser aplicável ao nível do consumidor. A gigante de moda esportiva americana estima que nos próximos cinco anos, 50 bilhões de roupas e acessórios terão um chip conectado a “internet das roupas”.
Como é uma empresa de moda esportiva e fitness com foco em tecnologia, a Under Armour pretende estar na vanguarda da moda conectada com seus dispositivos inteligentes HealthBox que monitoram todos os movimentos do usuário e fornecem treinamento a um nível mais específico do que qualquer treinador humano seria capaz de fazer. A roupa conectada da Under Armour vem com plataforma de aplicativos de rastreamento fitness que já tem mais de 140 milhões de usuários.
Para mostrar que o futuro dos wearables são as roupas inteligentes, a Under Armour criou um fantástico anúncio de 60 segundos chamado Future Girl. Nele, uma jovem mulher acorda em seu apartamento e caminha para sua cômoda. Ela tira uma roupa Under Armour de uma dúzia de peças idênticas, cada uma cuidadosamente dobrada. O tempo, o clima e a programação do dia aparecem instantaneamente em uma projeção na janela à sua frente.
Ela então começa a vestir o tecido com brilho mágico, que se ajusta perfeitamente ao seu corpo. Como ela faz yoga, seguindo os avisos projetados em sua janela, seus sinais vitais aparecem em sua manga. Mais tarde, com dois toques, sua roupa muda de cor e se transforma de um collant de corpo inteiro em uma roupa de corrida elegante. É fácil, automático e tão futurista. “Tudo o que você deve fazer” diz a voz do anúncio, é a “vontade de fazer isso acontecer.”
A Under Armour pretende criar roupas que possam controlar a temperatura do corpo de forma personalizada. Atualmente, precisamos controlar a temperatura ambiente de nossa casa ou escritório só para aquecer ou esfriar nossos corpos. Por que não criar roupas que regulam a nossa temperatura em vez disso? Esse é apenas um dos muitos usos da roupa conectada e a empresa pretende lançar essa tecnologia disruptiva nos próximos anos.
Em Junho desse ano a Under Armour inaugurou seu novo centro de inovação em Baltimore nos Estados Unidos chamado Lighthouse, que é um exemplo da Quarta Revolução Industrial. A “fábrica do futuro” está repleta de alta tecnologia como a digitalização 3D e impressão 3D. Ambas as tecnologias foram utilizadas para fabricar o primeiro tênis esportivo de impressão 3D da marca e o próximo passo será fabricar roupas.
A digitalização 3D (com a ajuda do 3DMe da 3D Systems) reduz o desperdício e a impressão 3D é uma forma rápido de fazer a prototipagem dos calçados. A instalação também abriga um centro de usinagem automatizada e uma série de outras ferramentas de fabricação. O vídeo abaixo mostra o novo espaço e mais detalhes veja aqui.