Em pouco anos, nas grandes fábricas de roupas que produzem fast fashion, estará “tudo dominado” pelos robôs. Porquê? Por que eles são mais rápidos e eficientes do que os humanos, trabalham horas seguidas sem se cansar, sem ficar doentes, sem reclamar, sem tirar férias e para alegria dos donos, não recebem pagamento. Com a produção automatizada de roupas em grande escala, os custos das roupas irá diminuir consideravelmente. Será bom para as fábricas, marcas e consumidores mas não para as costureiras substituídas por um robô de costura.
Costurar roupas é uma daquelas tarefas repetitivas, de trabalho intensivo que poderia ter sido automatizado há muito tempo atrás. Mas conseguir que um robô possa fazê-lo bem é complicado pois tecidos são flexíveis. Um ser humano pode trabalhar facilmente com tecido e observar se as costuras permanecer em linha reta, mas os robôs não são bons nesse tipo de improvisação.
Em 2015, depois de anos de pesquisa, a empresa americana Softwear Automation introduziu LOWRY , um robô de costura, ou sewbot, que usa visão de máquina para detectar e ajustar a distorções no tecido. Embora inicialmente seja capaz de fazer produtos simples, como tapetes de banho, a tecnologia agora está avançado o suficiente para fazer camisetas inteiras e até um par de jeans. Segundo a empresa, o robô faz a costura muito mais rápida do que um humano. Lembre-se, nós não somos máquinas!
Os sewbots da Softwear Automation podem substituir 10 trabalhadores e produzir cerca de 1.142 camisetas em um período de oito horas, em comparação com apenas 669 feitas por costureiras. O robô, trabalhando sob a orientação de um único manipulador humano, pode fazer tantas camisas por hora como 17 seres humanos. Essa produtividade “arregalou os olhos” dos fabricantes de roupas na China.
A empresa chinesa Tianyuan Garments Company, que produz para marcas como Adidas e Armani, investiu US $ 20 milhões numa enorme fábrica em Little Rock, Arkansas, com abertura prevista para 2018. A fábrica será composta por 21 linhas de produção robóticas fornecidos pela Softwear Automation, e serão capazes de fazer 1,2 milhão de camisetas por ano.
Normalmente, a fabricação nos EUA seria muito mais cara do que produzir na China por causa dos custos mais elevados de trabalho. Mas numa linha de produção totalmente automatizada, o custo por camiseta seria de US $ 0,33. Em comparação, para produzir uma camisa de denim em Bangladesh, você pagaria cerca de US $ 0,22 pelos custos do trabalho, de acordo com uma estimativa do Instituto de Trabalho Global e Direitos Humanos. Esse mesmo trabalho seria de R $ 7,47 nos EUA, se fosse feito por trabalhadores americanos.
A fábrica americana da Tianyuan Garments produzirá roupas com preço equivalente a um dos mais baratos mercados de trabalho no mundo. A ascensão da costura automatizada tem levantado preocupações de que poderia deixar desempregados centenas de milhares de trabalhadores de vestuário que recebem baixos salários na Ásia nas próximas décadas. No ano passado, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que cerca de 64% dos trabalhadores têxteis, vestuário e calçados na Indonésia poderiam ser substituído por robôs.
No Vietnã, o número foi de 86%, e no Camboja, 88%. O relatório observou que os trabalhadores poderiam obter melhores salários se os governos e empregadores começassem a prepará-los para novos empregos de alta tecnologia. Se não o fizerem, as consequências podem ser terríveis. Por enquanto, a Softwear Automation só vende a sua linha de sewbots nos EUA pois a empresa ainda precisa de tempo para escalar. Mas se as empresas estrangeiras, como Tianyuan Garments Company, quiserem produzir nos EUA, a Softwear Automation poderá fornecer-lhes sua tecnologia.
O CEO da SoftWear, Palaniswamy Rajan admitiu que a máquina tem limitações pois nunca fará um vestido de noiva. Porém, o grosso do setor pode ser atendido por sewbots. “As pessoas compram 11 bilhões de camisetas por ano. É um mercado interessante no qual automação faz sentido, no qual nossos robôs fazem sentido, porque nossos robôs produzem um volume muito grande de produtos.” Em 2027, as fábricas de fast fashion estarão “dominadas” pelos sewbots, pode apostar!
Fonte: Quartz
Que bom, mais pessoas desempregadas ou seja menos consumidores. Realmente é uma excelente ideia. Que tal substituir todos os trabalhadores por robôs? Com bilhões de pessoas sem emprego e renda quem é que vai consumir o que os robôs produzirem?
O ser humano realmente é retardado.
parabéns, muito interessante a matéria. obrigada