Desde o lockdown da economia, decretado em 25 de Março para “conter a pandemia” de COVID-19 e “salvar vidas”, os trabalhadores indianos mais vulneráveis, agora sem trabalho, são obrigados a lutar contra a fome. Eles se juntam aos milhões de sem-teto que preferem morrer de doença do que fome.

A situação da Índia parece que confirmou o que predisse David Beasley, diretor executivo da organização World Food Programme, que alertou o Conselho de Segurança da ONU: “O mundo está à beira de uma pandemia de fome de proporções bíblicas. O impacto econômico da pandemia provocará uma catástrofe humanitária, dobrando o número de pessoas que sofrem com a fome no mundo, para 265 milhões este ano”, advertiu David.

“Centenas de homens, mulheres e seus filhos aguardam no sol escaldante por uma refeição preciosa em Gurgaon, nos arredores da capital nacional indiana, Nova Delhi”, informou o MSN News.

Mariam, segurando o filho recém-nascido, disse que “é um grande problema para mim, não há comida, não há dinheiro e eu tenho um bebê, estou muito preocupada com ele. Tudo o que nos é dado é tudo o que como o dia inteiro.”

Lalla Bai, uma trabalhadora autônoma, veio ao centro da cidade tentar ganhar o sustento diário e criticou o governo:

“Estamos irritados com o governo, eles estão nos matando de fome. Nem estão nos matando nem nos permitindo viver. Estamos presos no meio. Não posso voltar para meus filhos.“

O MSN News ainda informou que trabalhadores autônomos, contratados e imigrantes formam quase 81% da força de trabalho do país.

Coronavírus ameaça interromper suprimentos globais de alimentos e causar fome

Uma escassez mundial de alimentos pode estar no horizonte devido à pandemia de Covid-19. Globalmente, a ONU adverte que 130 milhões podem enfrentar fome até o final do ano.

Prefiro morrer de doença do que fome

Em um bairro densamente lotado de Delhi, na Índia, centenas de pessoas sem-teto fizeram fila para comer durante um lockdown em todo o país, com apenas um punhado de pessoas usando máscaras, sem distanciamento social e sem lavatórios ou desinfetante para as mãos à vista. “Temos medo, mas o que fazer? É uma questão de nos alimentarmos e é por isso que estamos tão próximos um do outro”, disse Shiv Kumar. Ele acrescentou que, se se afastasse para manter distância social, alguém poderia pular a linha. A maioria das pessoas estimadas em mais de 4 milhões de sem-teto na Índia não tem como ganhar a vida desde o início do lockdown, em 25 de março.

Com as ruas desertas, até mendigar não é uma opção. “Prefiro morrer de doença do que fome”, disse uma pessoa sem-teto, entre dezenas de outras que estão em uma calçada perto de um abrigo para sem-teto em Délhi. Embora o êxodo em massa dos trabalhadores migrantes da Índia tenha sido manchete, com milhares forçados a caminhar quilômetros para chegar em casa desde o início do bloqueio, muitos trabalhadores humanitários dizem que os milhões de desabrigados na Índia enfrentam um risco maior.

Enquanto algumas cidades como Delhi e Chennai têm vários abrigos para sem-teto, em outras partes do país, como Mumbai, muitas estão presas nas ruas, dizem grupos de direitos humanos. Alguns estados estão agora lutando para colocar os desabrigados em tendas em parques, escolas ou outros espaços vazios. A Índia tem 106.750 casos confirmados, 42.298 recuparados e 3.303 mortes pelo virus chinês.

Faça as contas, quantos milhões de desempregados e sem-teto vão morrer de fome ou outras doenças em 2020 e nos próximos anos por causa da crise econômica? Mas o Brasil não precisa se preocupar né? Não temos desempregados, sem-tetos e pobres aos milhões. Os prefeitos, governadores e grande mídia do “fique em casa” podem continuar com seus delírios!

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Renato Cunha
O blog Stylo Urbano foi criado pelo estilista Renato Cunha para apresentar aos leitores o que existe de mais interessante no mundo da moda, artes, design, sustentabilidade, inovação, tecnologia, arquitetura, decoração e comportamento.

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