Os móveis assinados pelo designer e artista guatemalteco Alejandro Estrada para sua marca Piegatto são um deleite para os olhos. Alejandro cria poltronas, banquetas, mesas de centro e de jantar, luminárias, biombos e painéis, com formas orgânicas e elaborados essencialmente com madeira, mais especificamente um compensado especial vindo direto da Finlândia.
Todas as peças são produzidas artesanalmente pela família do próprio designer, num processo que envolve manufatura, arte e afeto. “Cada item que fazemos precisa proporcionar alegria e intensa experiência visual – além, é claro, do total conforto”, afirma Alejandro.
O estúdio dirigido por Alejandro Estrada, sua esposa Sandra Ovalle e seu filho Pietro, oferece uma ampla gama de produtos, instalações, obras de arte e serviços arquitetônicos. “Percebemos que precisávamos gerar zero desperdício, pois a beleza de um objeto não está apenas no que você vê como produto final, mas em todas as práticas envolvidas na obtenção dessa beleza.”
“Precisávamos encontrar uma maneira de reter nosso conhecimento; uma forma que nos permitisse criar tempo sem experimentar aquela sensação de perda que sentimos nos nossos primeiros projetos de design”, disse Alejandro.
O primeiro objeto que eles criaram foi uma grande cadeira oval feita de treze ripas de madeira que era, em suas palavras, desconfortável, pesada e sem propósito. Foi possivelmente essa primeira experiência que redefiniu os conceitos essenciais do ateliê, que projeta cada peça tendo em mente a forma, o material, a construção e, principalmente, a postura do usuário.
A partir desse momento, e graças a um amigo engenheiro, começaram a fabricar digitalmente peças que antes não conseguiam, conseguindo assim precisão, alta qualidade, novas formas e geometrias mas, sobretudo, novas formas de expressão. Materiais orgânicos, trabalhos em tramas e acabamentos, madeiras da Guatemala e Finlândia, bambu e tecnologia de impressão 3D fazem parte do repertório da Piegatto. O vídeo abaixo mostra o incrível processo de fabricação artesanal dos móveis Piegatto.
O “encaixe” da cadeira é uma das grandes buscas do ateliê, aquela que Piegatto identifica como a conexão que existe entre o corpo e a forma como a superfície toca a pele. Assim, as diferentes posturas definem um estado de espírito e um tipo de atividade. A equipe aplica três princípios básicos para criar a cadeira perfeita: beleza, resistência estrutural e sensação de conforto.
Graças à combinação de artesanato e tecnologia, eles conseguiram essa equação de uma forma que não poderiam ter imaginado antes: “O design é um exercício pessoal, mas ao mesmo tempo é algo para todos. É como um ato pessoal impessoal, porque você nunca deixa de pensar no que a outra pessoa sentiria, como ela vai acomodá-lo ou usá-lo”, disse Alejandro Estrada.
A impressão 3D industrial é uma tecnologia inovadora que a Piegatto está explorando na fabricação de móveis e vasos decorativos, utilizando grânulos de bioplástico PLA feito de milho ou cana.
Entre os móveis impressos em 3D estão as cadeiras Uovo, Truss, Lines 3D, o sofá Saspi e o banco Truss. E uma coleção de vasos decorativos. A Piegatto está desenvolvendo outros modelos de móveis e objetos com impressoras 3D da empresa italiana WASP.
Uma máquina de escultura, é assim que Alejandro descreve sua impressora 3D. Para o designer, sua impressora 3D é uma ferramenta a par de um martelo e um cinzel. Ele não escolheu esse método porque era mais rápido, mais barato ou mais fácil. Ele cria com uma impressora 3D porque expande o que é possível em design e desafia sua imaginação.
“Quando você sabe desenhar uma linha, não importa se é com um bastão, com a mão, com um lápis ou com um computador”, diz ele. “E quando você sabe desenhar uma linha e encontra maneiras muito mais precisas de fazê-lo, então você pega essa nova maneira de fazer para criar uma obra de arte.”
O mobiliário impresso em 3D da Piegatto não é apenas uma expressão de arte, é uma expressão da própria tecnologia de manufatura aditiva porque ela só produz peças que não podem ser feitas de outra maneira. “Se parece que você pode fazer isso com as mãos ou pode ser feito com outra máquina, acho que não faz sentido imprimir em 3D”, disse Alejandro.
Alguns designers podem imaginar uma cadeira e procurar uma maneira única de produzi-la. Em vez disso, Alejandro começa com o método – a impressora 3D – e então, com uma compreensão íntima de suas capacidades, imagina que tipo de cadeira só ela poderia produzir.
E com esta abordagem nasceu a linha Truss de mobiliário de exterior. Vendido em galerias exclusivas de móveis de design em Nova York, Miami e Los Angeles, cada peça de mobiliário de Estrada criada por sua empresa, Piegatto, é um objeto de arte sólido e intrincado que é tão bonito quanto confortável.
Impressa em PLA biodegradável e à prova de intempéries com aberturas que criam transparência, a cadeira se estica em algumas partes e permanece firme em outras. A sustentabilidade é um aspecto importante dos projetos de Piegatto. Não apenas os móveis devem ser feitos de materiais sustentáveis, mas o processo deve gerar poucos resíduos, o que é uma marca registrada da manufatura aditiva.
Impressoras 3D de grande formato que utilizam grânulos plásticos imprimem de forma mais rápida e barata do que impressoras de filamento. Uma bobina com 1 kg de filamento custa quase 10 vezes mais que 1 kg de grânulos plásticos. Mais comumente usados na moldagem por injeção, os grânulos não são apenas mais baratos, mas vêm em uma gama mais ampla de materiais do que o filamento, incluindo uma longa lista de produtos reciclados e sustentáveis.
Além disso, como um alto volume de grânulos é alimentado por meio de um funil na extrusora, as impressoras 3D baseadas em grânulo normalmente podem imprimir objetos grandes mais rapidamente do que as impressoras baseadas em filamentos. Dessa forma Alejandro Estrada pode fabricar seus móveis e vasos em escala e com custo menor.
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