De 26 de maio a 05 de junho, o Parque Villa Lobos, em São Paulo, receberá a primeira edição da Bienal do Lixo, projeto cultural que tem a arte como meio de dialogar com as relações do homem com o meio ambiente. O evento reunirá obras de arte feitas a partir de material de descarte, intervenções artísticas, oficinas, mostra de cinema, palestras e painéis sobre o tema, sendo o projeto totalmente gratuito e acessível para pessoas com deficiências.
Inspirada em uma corrente artística mundial inovadora que foi impulsionada pelos problemas ambientais da atualidade, a Bienal do Lixo não se limita apenas em incluir o meio ambiente em suas criações, mas o converte na própria obra para promover a conscientização sobre a preservação do planeta. O evento é um projeto realizado pela Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo juntamente com as agências culturais La Mela e Usina, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
A Bienal do Lixo ocupará uma área de 3 mil m2 no Parque Villa Lobos, onde serão instaladas obras de artistas que têm o material de descarte como base para seu trabalho criativo e cujas obras são exemplos de transformação. Nesta área também serão montados seis domos de 78 m2 cada, onde serão exploradas todas as vertentes sobre o tema.
Dentre os artistas escolhidos para apresentar obras sobre o tema estão Bordalo II, Ca Cau, Jota Azevedo, Carmem Seibert, Jorge Solyano, Rafael Zaca, Valter Nu, Leo Piló, Afonso Campos, Ubiratan Fernandes, Edismar Arruda e Luê Andradde.
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Outras atividades, como oficinas artísticas, painéis de diálogos onde as empresas e organizações apresentarão ao público como elas vêm investindo em novos processos e modelos de negócios sustentáveis para reduzir o impacto ambiental, também fazem parte da programação.
Além disso, uma Mostra de Cinema exibirá filmes sobre arte, meio ambiente e sustentabilidade, que acontecerá na biblioteca do parque. Os Painéis de Diálogos abordarão temas como logística reversa, economia circular, consumo consciente, educação ambiental, energias renováveis, gestão de resíduos e outros assuntos que possam colaborar com os rumos da política ambiental no país tendo sempre a arte como fio condutor, com a participação de artistas, agentes culturais, autoridades, jornalistas, cientistas, empresas, profissionais da área e ambientalistas.
Segundo Rita Reis, diretora-executiva da Bienal do Lixo, a proposta é promover, por meio da arte e da cultura, novos olhares e abordagens sobre os principais desafios para a preservação ambiental, ampliando os diálogos junto à sociedade e todos os setores público, privado e instituições não governamentais envolvidos. “E compartilhar experiências e ações que já estão sendo implementadas com resultados positivos”, diz.
Além do evento no parque, a Bienal do Lixo executará uma contrapartida social para a comunidade: um ciclo de oficinas e palestras de “Arte pela Consciência” em escolas públicas da capital paulista, para estudantes e professores, e ocorrerá no período de 25/04 a 11/05 e de 20/06 a 06/07, sendo esta segunda fase após a Bienal, para medir o alcance da ação. No total, serão 16 oficinas e 8 palestras, incluindo escolas de educação especial. É a arte como veículo de transformação social onde mais de 170 horas de transmissão de conteúdo e aprendizado beneficiará mais de 5.000 pessoas.
“Acreditamos que a arte tem o poder de impactar as pessoas, promover a reflexão e levar a uma transformação íntima, a mudanças de hábitos que, muitas vezes, nem são percebidas no dia a dia, mas que impactam diretamente no meio ambiente. É verdadeira a história de que se cada um fizer a sua parte, o mundo ficará melhor”, afirma Mário Farias, diretor de novos negócios da Bienal do Lixo.
13º Fórum Internacional de Resíduos Sólidos
Dentro da programação da Bienal do Lixo, será realizada a 13ª edição do FIRS Fórum Internacional de Resíduos Sólidos, que acontecerá pela primeira vez em São Paulo, de 1 a 3 de Junho, e se consolidará como um importante evento técnico-científico realizado no Brasil sobre temáticas relacionadas a resíduos sólidos. As discussões abrangem desde estudos acadêmicos até detalhes das visões governamental e empresarial sobre o tema e ocorrerá dentro da biblioteca do parque.
Antigo Lixão Clandestino
O Parque Villa Lobos, escolhido para sediar a Bienal do Lixo, é um exemplo de transformação e recuperação da paisagem urbana. A área de 732 mil m2 onde está instalado já foi um lixão clandestino, que recebia entulho, resíduos da construção civil, material dragado do Rio Pinheiros, restos de lixo do Ceagesp e de 80 famílias que ali residiam de forma bastante precária. O projeto de recuperação ambiental resultou na remoção de 500 mil m³ e movimentação de 2 milhões de m³ de entulho e terra para acerto das elevações existentes e o Parque foi inaugurado em 1994 depois de amplo projeto urbanístico. “O local para a Bienal do Lixo não poderia ser mais pertinente. Mostra que é possível transformar”, finaliza Rita Reis.
O projeto está sendo executado pelas agências La Mela e Usina, a partir de um projeto incentivado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura, do Ministério do Turismo do Governo Federal, patrocinado e apresentado pelo Ministério do Turismo e Unilever juntamente com patrocínio da Tetra Pak, Valgroup, Irani Papel e Embalagem, Ibema Papel, Klabin, Loga e EcoUrbis. Apoio da Jovem Pan News, Tenda Atacado e Contemar.
As principais entidades do setor também apoiam institucionalmente a Bienal do Lixo como Abeaço, Prolata, Abre, Abree, Abren, Abrelpe, Abralatas, Limpa Brasil, Tampinha Legal, Ibá e Instituto Venturi, que coordena o Fórum Internacional de Resíduos Sólidos.
SERVIÇO – BIENAL DO LIXO
Data: 26/05 a 05/06/22
Local: Parque Villa-Lobos
Endereço: Av. Professor Fonseca Rodrigues, 2.001, Alto dos Pinheiros – São Paulo – SP
Site: www.bienaldolixo.com.br
Facebook/Instagram: /bienaldolixo