Com as crescentes inovações tecnológicas na robótica e inteligência artificial, os empresários em 2025 irão decidir se seu próximo empregado será uma pessoa ou uma máquina. Afinal, as máquinas podem trabalhar no escuro e não precisam receber salários, tirar férias ou licença médica, fazer greve por aumento, ter plano de saúde, receber por horas extras, sofrer de estresse crônico ou ansiedade. Se você ainda não ouviu a frase “desemprego tecnológico”, prepare-se pois poderá ouvi-lo muito ao longo dos próximos anos.

A tecnologia está automatizando tarefas feitas por humanos em um ritmo recorde, e está apenas começando. Mas, ao mesmo tempo, novos postos de trabalho também surgirão para substituir os trabalhos repetitivos e monótonos assumidos pelos robôs. Em março de 2014, quando o Facebook anunciou a aquisição da Oculus Rift por US $ 2 bilhões, eles não só colocaram um selo gigante de aprovação sobre a tecnologia, como também desencadearam uma demanda imediata para os designers de realidade virtual, desenvolvedores e engenheiros.

Profissionais de realidade virtual não poderiam ser encontrados nas listas de empregos até 2014, mas certamente estavam nas de 2015 e estarão nas próximas décadas. O mesmo aconteceu quando o Google e o Facebook anunciaram a aquisição de empresas de drones movidos a energia solar Titan e Ascenta. De repente, começou a surgir um aumento dramático na necessidade de engenheiros de drones, pilotos de drones, lobistas dos direitos aéreos de drones, planejadores de rede global, analistas e especialistas em logística. A mesma coisa está acontecendo com a nova indústria dos carros autônomos e tecnologia vestível.

O desemprego tecnológico e nossa necessidade de criar Micro Faculdades stylo urbano-1

Empresas inovadoras que fazem investimentos como estes, estão provocando instantaneamente a necessidade de pessoas talentosas com habilidades específicas para crescer junto com elas. Nessas empresas, não é mais possível esperar que se formem novos talentos em 4-6 anos, o tempo que a maioria das universidades leva para seus cursos de graduação e pós-graduação. Em vez disso, essas novas habilidades tem que ser desenvolvidas num curto prazo de tempo, tão curto quanto 3-4 meses.

As faculdades tradicionais estão todas orientadas em torno dos anos que os alunos levam para aprender uma profissão. Elas também tem a filosofia de que nada de valor pode ser aprendido em menos de quatro anos, e esse é um prazo lamentavelmente fora de sincronia com alguém que precisa mudar de carreira. Normalmente, as universidades exigem que os alunos tenham amplo conhecimento em todas as disciplinas e profundidade de conhecimento em uma determinada área temática escolhida.

O desemprego tecnológico e nossa necessidade de criar Micro Faculdades stylo urbano-2

Enquanto isso fazia sentido centenas de anos atrás, quando o sistema universitário foi criado pela primeira vez, uma pessoa média hoje gasta 11,8 horas por dia consumindo informação. Sim, muito dessa informação vem da TV, youtube, redes sociais, internet e tem conteúdo informativo frívolo, mas não todo ele. O grande volume de informações que estamos expostos a cada dia faz com que a pessoa média hoje, seja muito mais informada, consciente e inteligente do que 50 anos atrás.

Micro Faculdades facilitam a mudança de profissão

O termo “Micro-Colleges” ou Micro Faculdades foi idealizado pelo futurista americano Thomas Frey da Davinci Institute, e se baseia num ensino pós-secundário intensivo com tempo mínimo para entrar em uma profissão específica. Como existem milhões de pessoas que precisam de mudar de carreira a cada ano, os cursos de 4 anos das faculdades tradicionais se tornam uma má solução para quem busca um curso rápido para uma recolocação profissão. Essa necessidade cria uma nova oportunidade de cursos intensivos de curto prazo para profissionais que não tem tempo nem paciência de ficar anos num curso (como eu).

Toda tecnologia nova cria a necessidade de mais treinamento e muitas vezes, novos postos de trabalho surgem para atender a essa indústria, o que acaba impulsionando a necessidade de novos talentos que, atualmente, não existem por causa do tempo que leva para formá-los nas faculdades tradicionais. Com as novas tecnologias como realidade virtual, digitalização 3D, hologramas, tecnologia vestível, impressão 3D, aplicações móveis, realidade aumentada, inteligência artificial, Internet das Coisas, drones, carros autônomos entre outras que surgem cada vez mais rápido, é preciso ter um tipo de educação intensiva de curto período para adaptar os novos profissionais a esta crescente indústria de inovação tecnológica.

O desemprego tecnológico e nossa necessidade de criar Micro Faculdades stylo urbano-3

Esta é também uma área onde as faculdades tradicionais perderam o bonde. A tentativa de colocar tudo em um curso de 2 anos ou 4 anos deixou passar uma oportunidade inexplorada para cursos de imersão total de curto prazo para que os trabalhadores possam reiniciar uma nova carreira. Usando essa linha de pensamento, o potencial das Micro Faculdades é enorme, e as tecnologias emergentes e tendências de negócios estão criando mais oportunidades a cada dia. O futurista Thomas Frey, diretor-executivo do DaVinci Institute, elaborou uma lista com 162 empregos que acredita que irão surgir até 2030 e que suas especificações poderiam ser aprendidas num curso intensivo de 3-4 meses numa Micro Faculdade.

O rápido crescimento nas escolas de codificação, tais como a DaVinci Coders, é apenas um exemplo das oportunidades que as Micro Faculdades poderão criar nos próximos anos. No Instituto DaVinci, o objetivo é criar um laboratório de trabalho que servirá de teste para o lançamento de novas Micro Faculdades pelo mundo todo que poderão treinar novos profissionais para atender a toda uma indústria de inovação tecnológica que anda cada vez mais rápido.

Pensamentos finais

Os sistemas utilizados para criar faculdades há séculos atrás parecem primitivos pelos padrões de hoje. As fórmulas para quase todos os graus de aprendizagem são baseados em horas, uma das considerações importantes quando menos se trata de avaliar o talento. As faculdades custam muito caro, e elas levam muito tempo para serem concluídas, e isso está em descompasso com a velocidade com que as tecnologias funcionam atualmente.

Assim como muitas outras indústrias, as faculdades tradicionais terão que fazer mais com menos. Mas, neste ponto elas não têm uma compreensão clara do que esse “menos” seria. Devido à sua capacidade para se posicionar instantaneamente na seção crítica de habilidade e comércio, muitas novas indústrias vão nascer através das Micro Faculdades do que através de faculdades tradicionais. Então, haverá uma delas no seu futuro?

Artigo anteriorAs razões pela qual o jeans nunca vai sair de moda
Próximo artigoPesquisadores brasileiros desenvolvem plástico biodegradável e comestível feito de frutas
Renato Cunha
O blog Stylo Urbano foi criado pelo estilista Renato Cunha para apresentar aos leitores o que existe de mais interessante no mundo da moda, artes, design, sustentabilidade, inovação, tecnologia, arquitetura, decoração e comportamento.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.