O nylon, poliéster e outros tecidos sintéticos são feitos de petróleo, um recurso não renovável, e os cientistas alertam que as microfibras sintéticas que escapam da lavagem das roupas nas máquinas de lavar domésticas estão poluindo os rios e oceanos. Algumas marcas estão aconselhando os consumidores a lavar menos suas roupas. Mas a startup americana Natural Fiber Welding acaba de anunciar uma segunda licença de patente para um processo de manufatura têxtil que usa fibras orgânicas como seda, linho, algodão e cânhamo para substituir as fibras sintéticas.
Luke Haverhals, fundador da Natural Fiber Welding, está trabalhando para alterar as propriedades das fibras do algodão, utilizando a tecnologia de soldagem de fibras naturais, a fim de aumentar sua resistência e propriedades antimicrobianas, mantendo algumas das qualidades desejáveis originais. A soldagem de fibras naturais oferece alternativas de alto desempenho e ecológicas a um preço acessível.
Este ano, a startup está provando ser possível a produção em escala de materiais diversos e sustentáveis que exibem desempenho nunca antes possível para uma ampla gama de aplicações. A tecnologia licenciada permite que as fibras naturais se liguem sem o uso de cola. Em vez disso, a fibra é inchada e mobilizada com um líquido iônico. Os polímeros na superfície externa fundem-se com as fibras vizinhas.
Remover e recuperar o líquido iônico deixa para trás um material ligado que é forte e pode ser funcional de maneiras novas e radicais. E o processo mantém a estrutura química dos materiais naturais, que podem ser moldados para assumir novas formas. Além disso, os materiais naturais podem ser facilmente reciclados ou simplesmente compostados no final da vida útil do produto.
“Sessenta anos atrás, a indústria têxtil utilizava quase exclusivamente materiais naturais cultivados pela agricultura. Então o plástico se infiltrou no mercado. Agora, cerca de 60% de todos os têxteis são de plástico de petróleo”, disse o Luke Haverhals. O uso de poliéster tem crescido constantemente desde a década de 1950 e a produção mundial do material poderá atingir 100 milhões de toneladas até 2020 em comparação com 25 milhões de toneladas de algodão.
A Natural Fiber Welding está trabalhando para aperfeiçoar o processo que permitirá que o algodão e outras fibras naturais se comportem como sintéticos sem serem sintéticos. “Há certas características de desempenho que as pessoas esperam que só possam ser fornecidas pelos sintéticos”, disse Haverhals, enfatizando a necessidade de entregar um produto que possa ser compatível com o que está sendo oferecido nas lojas hoje. A indústria do algodão americana está muito interessada nas pesquisas da startup pois estão buscando inovação para enfrentar o crescimento do uso de poliéster pelas marcas de moda.