A indústria da moda, graças ao fast fashion, contribui com uma enorme quantidade de poluentes para a água do mundo. De acordo com algumas fontes, o tingimento e o acabamento têxtil são responsáveis por cerca de 20% da poluição global da água. Isso se deve em parte à fraca regulamentação e aplicação em países produtores como Bangladesh, onde as águas residuais são frequentemente despejadas diretamente em rios e córregos.
Regulamentos mais fortes ajudariam, mas novos métodos de limpeza também serão necessários. É nisso que uma equipe de pesquisa da Universidade de Tecnologia Chalmers da Suécia está focada.
Os pesquisadores, liderados por Gunnar Westman, professor associado de química orgânica, desenvolveram um novo método para purificar a água contaminada usando nanocristais à base de celulose. À medida que a água contaminada passa pelo material, os poluentes são absorvidos. A luz solar faz com que os poluentes se quebrem rapidamente.
Os cristais de celulose também podem ser adaptados e modificados para remover uma grande variedade de poluentes, além de corantes. Em um estudo anterior, o grupo demonstrou que o cromo hexavalente tóxico, que é comumente emitido pelas indústrias de mineração, couro e metal, também pode ser removido com um processo semelhante. O grupo também está explorando o uso de celulose na purificação de água contaminada com resíduos de antibióticos.
Testes laboratoriais do material mostraram que ele remove mais de 80% dos poluentes corantes. Westman comenta que “passar da descarga de água completamente não tratada para a remoção de 80% dos poluentes é uma grande melhoria e significa significativamente menos destruição da natureza e danos aos seres humanos. Além disso, ao otimizar o pH e o tempo de tratamento, vemos uma oportunidade de melhorar ainda mais o processo, para que possamos produzir irrigação e água potável.”