Xinjiang é, alegadamente, um foco de exploração de trabalho forçado do povo Uighur e outras minorias étnicas. Interromper as produções nesta região e as ligações com os fornecedores locais é o pedido que mais de 180 organizações fizeram a marcas de moda como Adidas , Nike , Zara e Amazon. Essas grandes marcas têm que parar de comprar algodão, fios, tecidos e roupas da região autónoma chinesa de Xinjiang devido aos riscos de trabalho forçado, apelou uma coligação de grupos da sociedade civil.
A chamada de atenção a Pequim surge por causa da forma como a minoria muçulmana Uighur é tratada. Os especialistas das Nações Unidas estimam que pelo menos um milhões de Uighurs e de outras minorias sejam prisioneiros em centros de detenção em Xinjiang, acusações negadas pela China, que referiu que estes espaços providenciam “formação vocacional” e “ajudam a combater o terrorismo e o extremismo”.
Este mês, os EUA anunciaram sanções à China pelos alegados abusos aos direitos dos Uighurs. França e Inglaterra também condenaram o tratamento recebido por estas minorias. Um porta-voz da embaixada chinesa em Londres afirmou ontem à Reuters, por email, que “o lado chinês respondeu e rebateu repetidamente as acusações falsas perante Xinjiang. O chamado “trabalho forçado” é apenas uma história fabricada por algumas pessoas e instituições dos EUA e do Ocidente”. E sublinhou que “nada podia estar mais longe da verdade”.
Embora as grandes marcas de moda não comprem diretamente das fábricas em Xinjiang, muitas das suas cadeias de suprimentos devem ter algodão colhido pelos Uighurs, que é exportado pela China e usado por outros fornecedores, esclareceram os grupos ativistas numa carta. Prova disso é o fato de 80% do algodão da China ser proveniente desta região no noroeste do país, onde habitam cerca de 11 milhões de Uighurs, destaca a Reuters.
“As marcas reconhecem que há um problema gigante na região e que as suas cadeias de sprimentos estão expostas a um risco grave de trabalho forçado”, admitiu Scott Nova, chefe do Worker Rights Consortium, sediado nos EUA, e uma das entidades que assinou a carta. “Estamos cautelosamente otimistas de que haverá compromissos (das marcas a saírem de Xinjiang) no futuro“, concluiu.
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