A moda está sob crescente escrutínio dos consumidores que exigem transparência numa indústria que busca responsabilidade ambiental. O estudo Pulse 2018 do Shelton Group revelou que 90% dos consumidores da geração Y (nascidos nas décadas de 1980 até 2003) tendem a apoiar uma marca que respeita as causas ambientais. A rastreabilidade da cadeia de suprimentos alimentada por blockchain pode ser a resposta.
Cada vez mais, os consumidores exigem saber de onde vêm as roupas que compram. Para muitos, o desejo é poder retirar o smartphone, digitalizar um código QR na etiqueta, e visualizar informações em tempo real sobre a fonte de todas as matérias-primas nas roupas que eles querem comprar.
Isso requer transparência na cadeia de suprimentos, uma lacuna atual na indústria da moda. As cadeias de suprimentos da indústria da moda podem ser longas, complexas e, às vezes, pouco compreendidas. Há uma camada adicional de dificuldade, porque a transparência da cadeia de suprimentos é mais do que apenas saber de onde as matérias-primas vieram, também é sobre quem as criou e como.
Siga a fibra em cada passo do caminho
A maioria das marcas de moda deseja adquirir fontes sustentáveis, mas muitas empresas não foram além de seus fornecedores de primeira linha: a realidade é que as matérias-primas passam por muitas etapas antes de chegarem ao armário do consumidor.
Tome como exemplo tecidos naturais como viscose. As mudas criam raízes num viveiro antes de serem transferidas para uma plantação para crescer em árvores. As toras de madeira colhidas são então enviadas para uma fábrica para serem transformados em polpa de madeira que entra na produção de viscose. Em seguida, a fibra de viscose é tecida em fios, enviada a um fabricante de tecidos e enviada para fábricas de roupas. Obter acesso a dados precisos a cada momento pode ser extremamente desafiador para uma marca de varejo.
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Por meio de uma parceria com a empresa de tecnologia TextileGenesis, sediada em Hong Kong, a produtora austríaca de fibras Lenzing entra na era da rastreabilidade digital: usando a tecnologia blockchain para apoiar seus negócios de fibras com a marca Tencel, a Lenzing deseja garantir a transparência da madeira para as peças de vestuário acabadas.
“Com as fibras da marca Lenzing EcoVero , a Lenzing foi a pioneira em rastreabilidade física e agora está entrando na era da rastreabilidade digital. Esse marco na transparência é um forte compromisso com a sustentabilidade”, afirmou Stefan Doboczky, CEO do Lenzing Group, em um comunicado à imprensa.
“Juntamente com o TextileGenesis, nosso objetivo é criar um nível incomparável de transparência para marcas e consumidores. Com esta etapa, a Lenzing ajudará ainda mais a esverdear a indústria têxtil ”, acrescentou Doboczky.
Através de um código QR na peça final, os clientes e parceiros da Lenzing poderão detectar a origem das roupas que pretendem comprar e identificar as fibras Tencel e a respectiva fonte de madeira em cada etapa de produção e distribuição de uma peça de vestuário ou têxteis para o lar. O produtor de fibra anunciou que realizaria vários testes piloto nos próximos meses, envolvendo parceiros em toda a cadeia de valor. Lenzing espera que a plataforma da TextileGenesis esteja totalmente operacional a partir de 2020.
A CanopyStyle é uma iniciativa que pretende eliminar a derrubada de florestas antigas e ameaçadas de extinção em todo mundo para o fornecimento de viscose. O Hot Button Ranking oferece uma visão geral detalhada dos maiores produtores globais de tecidos de viscose e celulose, classificando suas práticas de fornecimento de matérias-primas, documentando o risco de fornecimento de florestas antigas e ameaçadas, destacando o desenvolvimento de produtos com fibras de menor impacto e novas inovações disruptivas, e também observando quando os produtores estão mostrando liderança no apoio a soluções globais de conservação florestal. Entre as várias fabricantes de viscose no mundo, a Lenzing e a Aditya Birla foram as que tiveram as melhores pontuações no Hot Button Ranking.