O laminado vegetal é um revestimento de látex natural, isento de químicos tóxicos, que é aplicado sobre tecido de algodão ou poliéster reciclado. Além de bem acabado, o produto pode ser utilizado na indústria da moda em bolsas, sapatos, casacos, na indústria do esporte com bolas de futebol, voleibol, chuteiras, tênis, e na indústria moveleira como revestimentos de móveis, criando produtos ecologicamente corretos. A Ecológica, empresa paulista que adaptou o processo industrial, está intimamente ligada à Amazônia e aos seringueiros extrativistas.
A fabricação do laminado vegetal é um processo simples, tem baixo consumo de energia e a inspiração do produto veio da tradição artesanal desenvolvida pelos seringueiros do Acre e que já tem mais de 130 anos. Essa tradição é mantida até hoje em várias reservas florestais localizadas na região amazônica, entre elas a reserva de Maracatiara, no município de Machadinho do Oeste, centro-oeste de Rondônia, de onde vieram também os conceitos sócio-ambientais de todo o processo de produção.
Donos de um seringal em Magda, interior de São Paulo, os paulistas Antonio Higino Ferreira e Tony Regis Ferreira viajaram até o norte do Brasil e firmaram uma parceria com os seringueiros locais em troca do compromisso de trabalhar pela melhoria do comércio e da rentabilidade da extração do material. A empresa conseguiu agregar tecnologia e viabilidade comercial ao produto. A empresa une a técnica artesanal transmitida de geração a geração entre os nativos seringueiros com a excelência genética atingida pelos seringais paulistas e a alta tecnologia industrial disponível.
A fase de implantação da indústria teve o envolvimento do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo – IPT e do Sebrae através do Projeto Prumo, o que trouxe apoio tecnológico para o desenvolvimento e aprimoramento do tecido em látex natural no processo industrial. É cada vez mais importante oferecer opções que atendam aos conceitos de modernidade e sustentabilidade.
O laminado vegetal é um exemplo de sustentabilidade: absolutamente natural, produzido a partir de matéria-prima vegetal renovável e isento de resíduos em todo o processo de produção, ele também possui uma interface social, já que a produção engloba a participação de comunidades extrativistas. É possível atender a mercados internacionais sem abrir mão do conceito ecológico. Inclusive essa preocupação com o meio-ambiente é fator determinante nos mercados internacionais.