Da próxima vez que for ao supermercado, dê uma olhada nas embalagens e busque pelas palavras “óleo vegetal”. Essa substância está presente no chocolate, no biscoito, no pão, nos produtos de limpeza, nos plásticos, nos cosméticos e em cerca de 60% dos produtos disponíveis nas prateleiras.
Porém, apesar da enorme demanda planetária, ainda não existe uma forma sustentável para a sua produção, fundamentada na monocultura. É esta a realidade que a empresa Inocas pretende transformar. Fundada em 2015 por Johannes Zimpel, a empresa desenvolveu um sistema silvipastoril que integra plantação e pecuária em uma área de 2 mil hectares na região de Patos de Minas (MG), a cerca de 400 quilômetros de Belo Horizonte.
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No mesmo terreno utilizado para a criação de gado, são plantadas árvores de macaúba, palmeira muito comum na região do Cerrado. Além de melhorar a qualidade da terra devido ao aumento da área de cobertura vegetal, é possível produzir um óleo de alta qualidade a partir do processamento dos frutos da macaúba.
Segundo Johannes: “Antigamente as pessoas falavam ‘ou você protege, ou você produz’ e aqui funcionam os dois modelos: você consegue proteger produzindo”. Criado em São Paulo, Johannes sempre se incomodou com as diferenças entre pobreza e riqueza, rural e urbano — um contraste que se tornava mais evidente em suas andanças pelo interior.
“Eu passava as férias na Serra da Mantiqueira e voltava com o sentimento de que era preciso achar soluções para viver em harmonia com a natureza.” Em 2011, enquanto Johannes estava na Amazônia, uma equipe de pesquisadores começou a rodar o mundo buscando uma resposta para a seguinte pergunta: com qual planta é possível produzir um grande volume de óleo vegetal, beneficiando o produtor rural sem impactar negativamente o meio ambiente?
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Foi quando a equipe conheceu a macaúba. Apesar de alguns produtores rurais considerarem a árvore uma praga, os pesquisadores chegaram à conclusão de que seria possível adensar a ocorrência dessas palmeiras sem comprometer a pastagem dos animais, o que possibilita manter a atividade de pecuária e gerar um “segundo andar produtivo” para a fabricação de óleo vegetal em grandes quantidades.
Cria-se assim, explica Johannes, um sistema silvipastoril: um pasto consorciado com uma floresta de palmeiras. “Enquanto o pasto é melhorado, porque tem vários componentes favoráveis à pastagem, você produz uma quantidade gigantesca de óleo vegetal no segundo andar, sem desmatamento e sem mudança do uso do solo”
A proposta é boa para o produtor, que consegue multiplicar sua receita usando a mesma área que já utilizava no trabalho com o gado, e boa para o meio ambiente, pois evita a derrubada da floresta: o trabalho consiste exatamente em aumentar a cobertura vegetal do pasto. Leia a matéria completa no site Draft.