Um novo projeto da UE chamado PlasCarb e cientistas australianos da CSIRO, estão pesquisando uma maneira de transformar o desperdício de alimentos e óleo de cozinha em grafeno, o “material milagroso” que tem potencial para revolucionar quase todas as áreas da nossa vida cotidiana. Ele é o material mais fino do mundo, super flexível, transparente, mais duro que diamante, super condutor e foi descoberto em 2004 por dois pesquisadores da Universidade de Manchester, que o extraíram a partir do grafite.
Grafeno, a tecnologia do futuro hoje
Então, para onde o grafeno vai nos levar? Como é que ele vai mudar o nosso mundo? Quais os benefícios que trará para a humanidade? Que aplicações é que vamos ver no futuro próximo e décadas por vir?
Água potável para bilhões de pessoas. As membranas de grafeno podem proporcionar um enorme progresso na tecnologia de purificação de água nos países em desenvolvimento e tornar as fábricas de dessalinização mais eficientes.
Dispositivos eletrônicos e armazenamento de energia também podem ser revolucionados pelo grafeno. Ele pode criar eletrônicos mais flexíveis, duráveis e semi-transparentes. O grafeno vai impulsionar a nova era da tecnologia vestível com roupas inteligentes e conectadas, carros e aviões elétricos mais leves entre centenas de coisas. O grafeno é a tecnologia do futuro que está se tornando realidade hoje. E o mais fantástico é poder fabricar grafeno com lixo.
O projeto PlasCarb utiliza um processo conhecido como a digestão anaeróbica (AD), onde os resíduos de alimentos são convertidos em biogás. Em conjunto com um inovador reator de plasma de baixa energia que converte o biogás de AD, o qual é, principalmente, metano e dióxido de carbono em carbono grafítico (a partir do qual vem o grafeno) e hidrogênio renovável.
A vantagem óbvia é aproveitar as toneladas de resíduos alimentares que seriam despejados nos aterros e transformá-los em matérias-primas de forma sustentável. O grafeno é o novo material maravilha da indústria e o hidrogênio também tem sido identificado como um futuro combustível de transporte para uma economia de baixo carbono.
Claro, ainda há desafios: escalar o processo para os níveis comerciais, e criar processos acessíveis que permitem às empresas aproveitar a tecnologia. Produzir grafeno e hidrogênio a partir de alimentos descartados é uma excelente maneira de criar valor agregado ao que está sendo desperdiçado.
Cientistas do Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO) na Austrália, criaram grafeno usando óleo de cozinha usado. A nova técnica chamada GraphAir, além de ajudar a reciclar os resíduos de óleo, torna o caro nanomaterial dez vezes mais barato de produzir. O grafeno é 200 vezes mais forte que o aço, se dobra como o plástico maleável, conduz eletricidade melhor do que o cobre e poderia ser usado para fazer telas flexíveis de alta potência para TV e smartphones. Com a redução do preço do grafeno, pode-se promover a sua aplicação em larga escala.
O método envolve o aquecimento do óleo de cozinha de soja em um forno tubular por cerca de 30 minutos, fazendo com que se decomponha nos blocos de construção básicos de carbono. O carbono aquecido é então resfriado sobre uma folha de níquel em que se precipita na forma de um fino quadrado de grafeno com apenas um átomo de espessura. Este método é muito mais rápido do que a técnica convencional, que deve usar materiais purificados fundidos a temperaturas intensas no vácuo durante várias horas.
Os pesquisadores atualmente só pode fazer uma folha de grafeno do tamanho de um cartão de crédito, mas esperam refinar sua técnica para poder comercializar a tecnologia. Fabricar grafeno barato utilizando resíduos de alimentos e óleo de cozinha, torna esse revolucionário material num verdadeiro “milagre da tecnologia”.
Fonte: Dailymail e The Guardian