A busca pela criação de tecidos inteligentes que sejam acessíveis, duráveis e produzidos em massa ganhou um novo ímpeto através do uso do grafeno. Uma equipe internacional de cientistas, liderada pela professora Monica Craciun, do departamento de Engenharia da Universidade de Exeter, foi pioneira em uma nova técnica para criar fibras totalmente eletrônicas que podem ser incorporadas na produção de roupas do dia a dia.
Atualmente, eletrônicos vestíveis são produzidos através da colagem de dispositivos sobre tecidos, o que pode significar que eles são muito rígidos e suscetíveis ao mau funcionamento. A nova pesquisa, em vez disso, integra os dispositivos eletrônicos no tecido do material, revestindo fibras eletrônicas com componentes leves e duráveis que permitirão que as imagens sejam mostradas diretamente no tecido.
A equipe de pesquisa acredita que a descoberta pode revolucionar a criação de dispositivos eletrônicos vestíveis para uso em uma variedade de aplicações diárias, bem como monitoramento da saúde, como frequência cardíaca e pressão arterial, diagnósticos médicos e também para fins estéticos como mudar a cor do tecido.
https://www.youtube.com/watch?v=LHBmD7go8No
A investigação colaborativa internacional, que inclui especialistas do Centro de Ciência do Grafeno da Universidade de Exeter, as Universidades de Aveiro e Lisboa em Portugal e o CenTexBel na Bélgica, foi publicada na revista científica Flexible Electronics. A professora Monica Craciun, co-autora da pesquisa disse: “Para que dispositivos eletrônicos verdadeiramente usáveis sejam alcançados, é vital que os componentes possam ser incorporados dentro do material, e não simplesmente adicionados a ele.”
Dr. Elias Torres Alonso, pesquisador da Graphenea disse: “Esta nova pesquisa abre a porta para os tecidos inteligentes desempenharem um papel fundamental em muitos campos num futuro não muito distante. Ao tecer as fibras de grafeno no tecido , criamos um nova técnica para toda a integração completa de eletrônicos em têxteis. Os únicos limites a partir de agora estão realmente dentro de nossa própria imaginação “.
Com apenas um átomo de espessura, o grafeno é a substância mais fina capaz de conduzir eletricidade. É muito flexível e é um dos materiais mais fortes conhecidos. Cientistas e engenheiros estão utilizando o grafeno para o uso em dispositivos eletrônicos portáteis nos últimos anos. Esta nova pesquisa usou fibras de polipropileno normalmente usadas em uma série de aplicações comerciais na indústria têxtil, para unir as novas fibras eletrônicas baseadas em grafeno para criar dispositivos de sensor de toque e de emissão de luz. A nova técnica significa que os tecidos podem incorporar displays verdadeiramente usáveis sem a necessidade de eletrodos, fios de materiais adicionais.
O professor Saverio Russo, co-autor e do departamento de Física da Universidade de Exeter, acrescentou: “A incorporação de dispositivos eletrônicos em tecidos é algo que os cientistas tentaram produzir por vários anos, e é um avanço verdadeiramente revolucionário para a tecnologia.”
A doutora Ana Neves, co-autora e também do departamento de Engenharia da Exeter acrescentou: “A chave para essa nova técnica é que as fibras têxteis são flexíveis, confortáveis e leves, sendo duráveis o suficiente para lidar com as demandas da vida moderna”. Em 2015, uma equipe internacional de cientistas, incluindo a Professora Craciun, Professor Russo e Dra. Ana Neves, da Universidade de Exeter, foram pioneiros em uma nova técnica para incorporar eletrodos de grafeno transparentes e flexíveis em fibras comumente associadas à indústria têxtil.
Fonte: phys.org