A estilista portuguesa Mônica Gonçalves desenvolveu um revolucionário fio de cortiça, feito numa máquina que o produz industrialmente, e ganhou prêmios internacionais por sua criação. Em 2013 ela fundou a Casa Grigi, pioneira no uso de fio de cortiça em vestuário, combinado com materiais como algodão ou linho. Vestidos, túnicas, coletes, capas, chapéu e malas são algumas das peças concebidas por Mónica Gonçalves.
O interesse da indústria pelo trabalho desenvolvido pela estilista foi tal que ela abriu a empresa In.Filo, que comercializa o fio de cortiça, que outras marcas aplicam em coleções de vestuário e têxtil lar. A grande procura fez com que ela comprasse uma máquina industrial para a produção em maior escala e com menor custo do fio de cortiça.
A empresa Plastiber fabricou a máquina que hoje produz anualmente 80 toneladas de fio de 1 milímetro, composto por cortiça (80%) e algodão, e que é banhado por fécula de batata. “Esse banho acaba por dar ao fio uma maior resistência e elasticidade”, explica Mónica Gonçalves.
Além de uma bolsa de estudo na área dos materiais naturais, ela foi ganhando prêmios (o A.Design Awards de Milão e o Lexus Design Awards), passou a ter quatro colaboradores formados em moda e lançou uma loja online da Casa Grigi. Os fios de cortiça são utilizados para fazer tricô e crochê, criando peças únicas aproveitando as qualidades da cortiça. Literalmente é como vestir uma árvore.
No que toca ao vestuário e ao fio de cortiça, Mónica Gonçalves despertou já o interesse de gigantes com a H&M, Zara e Nike. Mas a sua cabeça não pára. Nesta altura, tem cinco patentes para serem avaliadas e que lhe permitirão desenvolver novos produtos para áreas como o automóvel, o mobiliário ou o underwear.