Os engenheiros mecânicos Eduardo Esmanhotto, André Vosnika e Rafael Santos se conheceram ainda na época da faculdade, cursada na USP, em São Carlos (SP). Mas foi após a conclusão da graduação, em uma conversa aleatória durante um jantar, é que surgiu a ideia de montar um negócio que unisse impacto social e sustentabilidade. O diálogo ocorreu em março de 2019. Em dezembro do mesmo ano, chegava ao mercado o primeiro canudo biodegradável da Tri Canudos de Trigo, produzido à base do caule do trigo.
Os três instalaram a fábrica de canudos em Irati (PR), cidade localizada a cerca de 150 quilômetros de Curitiba, onde a família de Vosnika possui um moinho de trigo – o estado paranaense é o maior produtor do grão do país. O empreendedor explica que foram nove meses até tirar a proposta do papel. Durante o tempo de elaboração do projeto, eles começaram a pesquisar todos os detalhes da produção, como a higienização e a embalagem dos canudos, com o objetivo de manter o pilar ambiental de ponta a ponta.
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A fabricação não utiliza agrotóxicos e o processo de limpeza é 100% ecológico, sem o uso de agentes poluentes. O papel da embalagem individual é biodegradável e o fechamento das embalagens não insere cera ou cola. Pela alto nível de complexidade, o procedimento industrial foi patenteado pelos sócios.
“Avaliamos o mercado e as opções ao plástico eram os canudos biodegradáveis, que são muito ruins, o papel amolece na boca do cliente; o vidro pode machucar uma criança; e o alumínio e o bambu não são fáceis de lavar. Por isso, quando a gente começou a fazer o marketing, tivemos feedbacks bacanas”, diz o Esmanhotto.
Dali em diante, o trio decidiu que deveria verticalizar 100% a metodologia. É que no começo, eles compravam o material de outros agricultores para produzir os canudos. Hoje, já possuem terra arrendada para o cultivo no mesmo município onde está instalada a fábrica.
Do trigo colhido, é necessário apenas o caule da planta (parte inferior), enquanto o cacho (parte superior) é empregado pelo produtor para fazer a cobertura (proteção) do solo durante a entressafra de outra cultura, como a soja ou milho, por exemplo.
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Com um item considerado premium, a proposta não é competir com os artigos feitos a partir de bambu ou papel, mas oferecer algo de maior qualidade. Os canudos podem ser personalizados de forma gratuita e as vendas são voltadas às pequenas e médias empresas, como hotéis, bares e restaurantes. Entre os clientes, estão estabelecimentos como Esther Rooftop, Botanikafe, Sallvattore, Grand Mercure e Novotel. Mas há planos para ampliar a atuação para além das PMEs.
O engenheiro explica que a construção da fábrica já foi idealizada para a expansão. Em Irati (PR), a indústria possui uma área de 250 m², com capacidade para produzir 1 milhão de canudos por mês. No momento, a utilização é de apenas 20% desse potencial. “A gente está querendo expandir para o setor de redes. Para 2022, nossa ideia é conversar com essas empresas e corporações que estão levantando a bandeira do ESG, que engloba também a sustentabilidade”, diz Esmanhotto.
Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios