Aproximadamente uma tonelada de resíduos têxteis são gerados a cada cinco minutos em Cingapura. No entanto, pesquisadores da Faculdade de Engenharia da Universidade Nacional de Cingapura (NUS) desenvolveram com sucesso um método rápido, barato e sustentável para converter os resíduos têxteis à base de algodão, como roupas descartadas, em aerogéis de algodão extremamente compactáveis ​​e ultraleves. Os pesquisadores também demonstraram a aplicação deste material inovador no controle de hemorragias e no isolamento térmico.

Os aerogéis estão entre os materiais mais leves do mundo, são altamente porosos e possuem uma forte capacidade de absorção e baixa condutividade térmica. Isso os torna adequados para aplicações em áreas como limpeza de derramamento de óleo, produtos de cuidados pessoais, como fraldas, bem como para isolamento térmico e sonoro. Enquanto os aerogéis foram criados pela primeira vez em 1932, as indústrias demoraram para adotar seu uso devido aos altos custos de produção.

Transformando roupas velhas num supermaterial

Em resposta a isso, os professores Hai Minh Duong e Nhan Phan-Thien conseguira converter os resíduos têxteis de algodão em aerogéis de forma barata e rápida. O material ecológico é altamente compressível, reduzindo assim os custos de armazenamento e transporte e pode ser fabricado em oito horas, nove vezes mais rápido do que a invenção anterior da equipe com aerogéis feitos de papel descartado e 20 vezes mais rápido que os atuais processos de fabricação comercial. Uma tonelada de fibra de algodão é capaz de produzir até 22.000 pedaços de aerogeradores de tamanho A4.

Cientistas transformam resíduos têxteis de algodão em material multifuncional stylo urbano

Um uso importante do material seria na forma de pellets de aerogel para dispositivos de controle de hemorragia. Isso implicaria o preenchimento de uma seringa com uma mistura de aerogéis de algodão e celulose revestidos com quitosana, um agente natural derivado das conchas de camarão e outros crustáceos que promovem a coagulação do sangue, e ao inserir a seringa na ferida, os pellets se expandem em até 16 vezes seu tamanho em 4,5 segundo, fazendo pressão para parar o fluxo sanguíneo.

Os aerogéis também podem ser usados ​​para manter frias as garrafas de água dos militares, reduzindo o risco de se aquecerem. A propriedade de isolamento térmico dos novos aerogéis de algodão pode ser aplicada a vários produtos de consumo, como sacolas que mantem os alimentos frescos ou o transporte de gás natural liquefeito, que precisa ser armazenado a baixa temperatura. A equipe apresentou uma patente para os aerogéis de algodão e estão explorando oportunidades de comercialização.

Fonte: Universidade Nacional de Cingapura

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Renato Cunha
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