As imagens de vídeo que saíram do Sri Lanka agora têm sido o pesadelo recorrente de todos os políticos corruptos que são lacaios e marionetes de seus mestres oligarcas ao longo da história.
Milhares de pessoas indignadas com a deterioração das condições materiais e do colapso econômico do seu país invadiram o palácio presidencial do presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, que fugiu correndo para outro pais.
Um povo faminto e revoltado invadindo em massa um prédio governamental para depor os fantoches da elite globalista, causou pânico em políticos e burocratas corruptos em outros países. Mas qual foi o real motivo que levou a população a se revoltar contra as “autoridades” do Sri Lanka?
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O texto abaixo é de Luis Dufaur
Agricultura ecológica joga Sri Lanka na fome e enlouquece a população
Vamos fazer uma agricultura deveras ecológica como foi ovacionada na COP26 em Glasgow? As COP são as Conferências das Nações Unidas sobre a Mudança Climática que conferem o andamento do Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, um tratado assinado na Rio-92.
A última, nº 26, aconteceu em Glasgow com a participação de 120 líderes mundiais, mais de outros 40.000 inscritos, incluídos 22.274 delegados dos países, 14.124 observadores e 3.886 representantes da mídia, a custos milionários e grande vida. COP26 aplaude Xi que promete poluir mais. A reunião ovacionou a agricultura ecológica em andamento no Sri Lanka descrita pelo seu presidente.
Mas enquanto os privilegiados da COP26 brindavam e passavam bem e a mídia mundial aplaudia, os coitados dos habitantes da ilha estavam famintos e furiosos pela profunda crise econômica com generalizada escassez de insumos, aumento de preços, má gestão. Segundo a experiência popular a causa da fome e da ruína está na aplaudida agricultura ecológica hipocritamente batizada de “Visão de Prosperidade”.
ONU e Fórum Econômico Mundial por trás da ‘guerra global aos agricultores’.
Especialistas dizem que as metas da ‘agenda 2030’ estão na raiz das políticas de sustentabilidade que podem levar à escassez de alimentos e à fome mundial
Foi esse o nome imposto em abril de 2021 pelo então presidente Gotabaya Rajapaksa que proibiu a importação e uso de fertilizantes inorgânicos e agro-químicos pretextando que o governo deveria “garantir o direito do povo a um produto não tóxico dieta” segundo os melhores embustes da “agricultura ecológica”.
Bem-estar e sustentabilidade eram os objetivos enganosos que Rajapaksa fixou para tornar o Sri Lanka o primeiro país do mundo livre de fertilizantes e pesticidas sintéticos. Porém, a imersão na “agricultura orgânica” da revolução verde trouxe “a ameaça iminente de fome para sua população de 22 milhões de habitantes”, segundo o presidente do Parlamento, Mahinda Yapa Abeywardana.
O governo reverteu a utópica quando milhões de cidadãos faziam longas filas e passavam por vários estabelecimentos para adquirir produtos básicos como leite em pó e querosene. A fome ficou enlouquecedora.
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A polícia usava gás lacrimogêneo para dispersar os famintos que invadiram o gabinete do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, exigindo sua renúncia depois que o presidente Gotabaya Rajapaksa fugiu do país sem coragem para enfrentar as consequências do mal feito.
Ele que falou de preservar o meio ambiente e cuidar da saúde das pessoas provocou uma crise alimentar sem precedentes numa nação agrícola que culminou na tomada da residência oficial e na destituição do presidente. “É a síntese de um experimento catastrófico”, diz César Belloso, produtor agrícola, ao jornal argentino “La Nación”.
“O que aconteceu é triste, mas mostra o desastre que pode ser causado quando as decisões não são baseadas no conhecimento científico”, disse. E quando obedecem a uma doutrina utópica anti- humana, acrescentamos nós.
O Departamento de Censos e Estatísticas verificou que a produção de arroz, uma das principais culturas do país, caiu para 3,94 milhões de toneladas nas duas safras que vão de maio de 2021 a março de 2022 comparadas com 4,98 milhões no período equivalente anterior. A maioria dos agricultores de Rajanganaya que não possuem mais de um hectare cada um, declararam ao jornal britânico “The Guardian” uma redução entre 50% e 60% em sua colheita.
Três meses após a entrada em vigor da ‘agricultura verde’, a Verité Research, think tank de análises estratégicas para a Ásia, mostrou que 85% dos agricultores esperavam uma redução em suas colheitas devido à proibição de fertilizantes.
“O país tem um clima tropical e um grande número de insetos atraídos pelo açúcar contidos no arroz como amido puro. Sem fertilizantes e sem inseticidas as plantas não crescem o suficiente e, as poucas plantas que crescem serão comidas pelos insetos”, deplorou Iván Ordoñez, economista especializado em agronegócio.
Muitas das principais exportações agrícolas do Sri Lanka dependem do uso intensivo de insumos químicos, com a maior dependência do arroz em 94%, seguido por chá e borracha com 89% cada, segundo dados da Verité.
“Vai chegar o dia do acerto de contas; as pessoas vão levantar-se e dizer: Já Basta! ”
Se quiser depender exclusivamente dos fertilizantes orgânicos e biofertilizantes o país requer quase quatro milhões de toneladas de composto por ano. Mas quando foi lançado o plano aplaudido pelos ecologistas da ONU, o país produzia apenas 0,22 milhão de toneladas de composto segundo a Secretaria de Agricultura e municípios.
“O sonho de uma pátria orgânica não pode ser algo desejável quando só se pensa na eficiência produtiva”, comentou Ordoñez. Para Belloso a eliminação do uso de fertilizantes e agro-químicos “se tornou um desastre em nível de país”. Para Gayan Weerasinghe (35), pequeno agricultor de abóboras no distrito de Trincomalee, a temporada passada foi um período sombrio.
O patógeno de plantas Pythium aphanidermatum destruiu metade de sua colheita. “Nunca pensei que o Sri Lanka testemunharia uma crise alimentar”, acrescentou. Segundo a Verité Research, de início quase dois terços dos agricultores acreditaram na opinião do governo, não podiam acreditar que seriam jogados em semelhante miséria.
Os bloqueios pela pandemia devastaram a indústria do turismo do Sri Lanka, que representa um décimo da economia do país. A moeda nacional, a rupia, perdeu um quinto de seu valor, limitando a capacidade de comprar alimentos e suprimentos no exterior.
Falta combustível, gás de cozinha, muitos alimentos, os preços sobem drasticamente como o do pão que triplicou em seis meses, e o arroz que custa mais que o dobro, e há longas filas. Às vezes, as pessoas esperam dias para conseguir alguns litros de gasolina ou diesel. Toda a economia está paralisada, resumiu Ahilan Kadirgamar, professor de sociologia da Universidade de Jaffna, no programa de rádio The Inquiry da BBC.
Grande parte dos indignados manifestantes que invadiram o palácio presidencial protestavam contra o plano de mudar a agricultura do país abandonando os fertilizantes sintéticos em lavouras. “Os agricultores estão prestes a abandonar a agricultura. Muitos deles estão deixando seus campos, isso está afetando não apenas seus meios de subsistência, mas também como a vida dos que trabalham nessas plantações”, disse Kadirgamar.
KARINA MICHELIN – MANIFESTAÇÃO AGRICULTORES CONTRA A AGENDA2030 E O GREAT RESET
Jeevika Weerahewa, professor de economia agrícola da Universidade de Peradeniya, disse à BBC, que cerca de 2 milhões de pessoas, ou 25% da força de trabalho do país, está dedicada à agricultura. O Sri Lanka depende de seus pequenos agricultores para cerca de 80% do abastecimento nacional de alimentos.
“Nosso principal produto é o arroz. É nosso alimento básico e precisamos de cerca de 10 quilos por pessoa por mês. Éramos mais do que auto-suficientes em arroz e também em vegetais, frutas tropicais, coco e ovos”, diz Weerahewa.
Porém, o governo decidiu que era hora de outra revolução agrícola e achou o pretexto: “As pessoas ficam muito preocupadas quando se disse que existiam substâncias tóxicas nos alimentos que reduziriam sua expectativa de vida e que seus filhos iam adoecer de doença renal crônica”, explicou à BBC o professor Buddhi Marambe, cientista agrícola da Universidade de Peradeniya.
Em abril de 2021, o presidente Rajapaksa proclamou a solução com uma política radical de agricultura 100% orgânica. Na época, apresentou questionáveis evidências científicas que sustentavam o plano. Marambe diz que certos interesses vinham pressionando o presidente há algum tempo entre eles religiosos e militantes recheados de slogans ambientalistas.
Os sinais de alerta indicavam que passar para a produção 100% orgânica seria inviável. Especialistas em agricultura diziam ao governo que “eles tinham tomado uma decisão nefasta. Mas não foram ouvidos, infelizmente”, diz o professor da Universidade de Peradeniya. Em poucos meses, o plano orgânico desmoronou. 40% da colheita de arroz foi perdida.
Em novembro de 2021, o presidente Rajapaksa reforçou seu compromisso com a agricultura orgânica na conferência sobre mudanças climáticas COP26 em Glasgow, na Escócia. Virou herói, é claro. Poucas semanas depois desse discurso, ele foi forçado a recuar, suspendeu parcialmente a proibição da importação de fertilizantes sintéticos para as principais culturas de exportação.
Em fevereiro de 2022 a produção de chá caiu 20%, disse Ahilan Kadirgamar. Os utopistas verdes não levaram em consideração dados básicos agravando a crise financeira e introduziram o desastre no abastecimento alimentar. Sem combustível para as máquinas, as fazendas não conseguem funcionar. A alerta da fome é aterrorizante.
Mas, o ex-presidente Rajapaksa anda fugitivo pelo exterior colhendo aplausos e verbas dos ambientes comprometidos com a velha utopia da ECO-92.
TEMPO DE AGIR – REVOLUÇÃO CONTRA A AGENDA GLOBALISTA DE REDUÇÃO DA POPULAÇÃO (GREG REESE)