Em 2050, a tecnologia vestível aliada a impressão 3D, bioimpressão 3D, inteligência artificial, realidade virtual e holografia poderá criar uma indústria da moda totalmente nova que seja mais tecnológica, eficiente, barata, customizável e sustentável. Junte-se a mim numa viagem no tempo para descobrir os estilos e as previsões da moda do futuro.
Lojas de departamento 2.0
Nas lojas do futuro, segundo José Neves, presidente-executivo da farfetch, iremos gastar o nosso dinheiro em verdadeiros “templos da moda“. As lojas de departamento irão mudar completamente, se tornando santuários sensoriais e lugares para reuniões. Assistentes de loja, humanos e robóticos, serão altamente qualificados, não tanto na arte de vender, mas de no dar prazer. Cientistas de comportamento usarão a inteligência artificial para descobrir o que nos faz felizes.
“O caos da experiência de compra atual terá desaparecido por causa das tecnologias disruptivas” segundo a diretora criativa da loja de departamentos britânica Selfridges, Linda Hewson. Segundo ela, podemos ficar um pouco mimados sendo acostumados a ter todos nossos caprichos materializados instantaneamente. A internet não significa o fim do shopping físico, mas sim o seu renascimento. As vitrines das lojas serão a nova homepage. Escolha o produto na vitrine holográfica, através do movimento dos olhos ou toque, e suas compras estarão esperando por você no momento em que você chegar em casa.
Os centros comerciais serão uma integração entre fazendas urbanas e jardins verticais com áreas residenciais e lojas automatizadas controladas por inteligência artificial. Em 2050, as redes de fast fashion de roupa pronta serão substituídas por mini-fábricas onde os clientes podem personalizar artigo de moda escolhendo os mais diversos materiais que depois serão fabricados dentro da loja ou em outra loja próxima (sem desperdício ou poluição) em até uma hora através de máquinas de impressão 3D ou bioimpressas 3D para ser entregues em casa através de um robô de entrega.
O cliente de luxo internacional
Em 2050, o mundo vai estar em movimento. O cliente de luxo que visita Londres, pode ter uma casa na China e um escritório em Buenos Aires. Beverly Aspinall, diretora da Bond Street no New West End Company, é encarregada de tornar a rua de Londres o destino de luxo preeminente para a alta sociedade internacional. “Você vai ser capaz de comprar o que quiser em qualquer lugar.
Assim, para ser o melhor do mundo, Bond Street terá que ser muito especial“, disse ela. Os clientes de luxo internacionais esperam restaurantes, cultura, ar excepcionalmente limpo, efeitos de iluminação sofisticados para trazer alegria mesmo em um dia escuro, e ser transportado por um carro de auto-condução movido a energia solar e que irá estacionar sozinho.
Sua camiseta vai conversar com seu smartphone
As possibilidades da fusão entre tecnologia, biologia e corpo humano estão prestes a mudar a indústria da moda além do reconhecimento, sinaliza Angela Ahrendts, especialista em varejo online da Apple. No entanto, a tecnologia vestível do futuro não serão os relógios inteligentes, serão materiais como grafeno que pode fazer coisas que se pensavam impossíveis.
Nanotecnologia permitirá que os fabricantes incorporarem “super poderes” nas roupas se auto-repar se danificadas, trocar de cor e estampa,mudar sua textura e usar como energia a energia cinética do nosso corpo em movimento ou a luz solar. Sua camiseta terá microeletrônica orgânica acoplada na fibra de forma invisível que se conecta com a inteligência artificial em seu smartphone, para monitorar sua saúde e exercícios físicos.
Para Nancy Tilbery do Studio XO, um laboratório de moda de Londres que trabalha na integração da ciência, tecnologia e roupas, descreve que teremos uma “pele digital”. Esta segunda pele funciona como um sistema operacional de corpo e vai nos conectar com a maior infra-estrutura da internet das coisas, um mundo hiper-conectado em que todos os objetos podem interagir remotamente.
Os pesquisadores também estão investigando o potencial para a micro-encapsulação de medicamentos e perfumes, que podem então ser incorporados nos tecidos e entregues diretamente sobre a pele, e sensores biométricos que irão detectar quando você está estressado ou agitado e expelir uma fragrância para acalmá-lo. Tudo será construído para tornar a vida mais fácil através de roupas que são anti-odor, hidrofóbicas e repelentes de sujeira.
A roupa sustentável perfeita
É impossível superestimar o impacto de sermos capazes de imprimir nossas próprias roupas em uma impressora 3D em casa. O que alguns chamaram a quarta revolução industrial já está acontecendo, mas em 2050 a nossa roupa será totalmente atualizável, adaptável e otimizada para a forma como queremos nos expressar em qualquer dia particular. Nossas roupas e acessórios serão feitos de tecidos e materiais inteligentes que se comportam como um polvo trocando de cor, estampa e textura com o toque de um botão.
Quando a tecnologia estiver disponível em larga escala, será a mais revolucionária e a mais sustentável já criada na moda pois tornará obsoleto todas as tecnologias de tingimento e estampagem de tecidos usadas há milênios. Em vez de comprar roupas novas, basta mudar somente as cores e estampas para criar inúmeras composições da mesma peça de roupa. As estampas e cores poderão ser baixadas da internet através de um aplicativo no smartphone conectado via bluetooth ao tecido.
Personalização em massa com mini-fábricas de impressão 3D
A maioria de nós terá em sua cidade, mini-fábricas automatizadas de impressão 3D, bem como poderá ter sua própria impressora 3D em casa. Novos materiais biodegradáveis estarão disponíveis para fabricar roupas, sapatos, bolsas e dispositivos eletrônicos localmente, que podem ser facilmente reciclados ou decompostos nos aterros.
A tecnologia de escaneamento corporal feito através de seu smartphone, tira as medidas exatas de seu corpo, criando um avatar virtual onde as roupas e sapatos são ajustados e depois fabricados de forma personalizada, vestindo perfeitamente em seu corpo. Com mini-fábricas automatizada de produção super rápida instaladas em cada cidade, tudo será personalizável para se adequar as exigências dos consumidores. Será a forma mais democrática de consumo já inventado.
Cresça suas próprias calças de couro
Em 2050, será comum as fábrias de bioimpressão 3D com máquinas que crescem tecidos a partir de culturas microbianas. Isso de acordo com a designer têxtil e cientista de materiais Suzanne Lee, diretora de criação da Modern Meadow, uma empresa focada em produtos de origem animal em crescimento, como couro e carne em uma placa de Petri.
Imagine um vestido fabricado com bactérias, ou cogumelos convertidos em um material que tem o toque da seda e ainda pode “ler” e “transmitir” informações sobre o estado de espírito do usuário. Os veganos vão ficar feliz em saber que um dia, em breve, as calças de couro serão feitas a partir de proteína animal crescida em laboratório sem nunca chegar perto de uma vaca. Mais bizarro ainda é que o DNA de uma celebridade ou do próprio estilista da marca poderá ser utilizado para se criar “couro humano” para roupas e acessórios de luxo.
A próxima supermodelo será uma modelo virtual
Em 2050, a realidade virtual e a inteligência artificial (IA) estarão dominando todas as indústrias e com a moda não seria diferente. Através dos óculos VR assistiremos desfiles super realísticos com modelos virtuais idênticos a seres humanos em cenários muito mais criativos pois no mundo virtual tudo é possível de ser feito por um custo infinitamente menor.
A apresentação será criada por assistentes de inteligência virtual de acordo com os gostos do estilista e os clientes assistirão a tudo no conforto de suas casas ou qualquer outro local, e poderão comprar as peças da coleção na mesma hora. Surgirão agências de modelos virtuais que utilizarão a IA para criar a próxima supermodelo virtual com personalidade e inteligência própria para interagir com os clientes de moda no mundo virtual.
A vantagem é que essa supermodelo vai poder desfilar em Paris, Milão, Nova York, Tóquio e São Paulo de forma simultânea atendendo a vários clientes. Em 2050 os computadores quânticos IA criarão mundos virtuais perfeitos que podem reproduzir com perfeição o mundo real e os óculos VR serão bem mais compactos e fáceis de usar, além de estarem tão disseminados como os smartphones.
55 será o novo 21
No futuro com as baixas taxas de natalidade, existirão muito mais pessoas acima dos 50 anos do que jovens e milhões de pessoas com 80 anos estarão vivendo uma vida super produtiva graças aos avanços das terapias genéticas e novas drogas sintéticas. Alega-se que o primeiro ser humano que viverá até os 150 anos já nasceu, e pessoas ativas com 100 anos serão comuns.
O que isso vai fazer a cultura dos jovens é uma incógnita. Vamos apenas dizer que ninguém será capaz de ser jovem: 55 será o novo 21, e 90 a nova meia-idade. Com os robôs de inteligência artificial sendo fabricados em massa para assumir os trabalhos repetitivos e cansativos e nos auxiliando no dia a dia, principalmente na velhice, viveremos mais e melhor.
Tudo será reciclado infinitamente
Os dias da obsolescência programada que gera toneladas de lixo nos aterros vai desaparecer pois a economia linear será substituída pela economia circular, se tornando a regra na maioria dos países. Rebecca Earley do Chelsea School of Arts disse que em 2050, todas os artigos de moda serão construídos para serem biodegradáveis e também reaproveitados através da reciclagem química que pode criar novos tecidos e materiais de alta performance.
Bibliotecas de empréstimo de roupas será algo comum também. No final dos anos 2020, vamos entrar na era de extrema personalização: roupas serão adaptáveis para que durem muito tempo e recicláveis quando jogadas fora. A tecnologia vestível será atualizável.
Modificações corporais tecnológicas
O que realmente queremos saber é: o que vai ser “Hot” em 2050? No futuro as modificações corporais serão assustadoramente enormes onde sensores de toque eletrodinâmicos e micro-chipes inteligentes serão implantados na pele de forma corriqueira. “A modificação do corpo com implantes tecnológicos vai ser tão normal, que irá modificar a nossa relação com a beleza“, disse a designer de joias e antropóloga sexual Betony Vernon.
Com as mulheres se tornando mais poderosas economicamente, diferenças de gênero vão perder o sentido. Poderíamos dividir em duas tribos: aqueles que abraçam a modificação corporal tecnológica e aqueles que serão naturais. De qualquer forma, surgirão tribos de pessoas adeptas do “transhumanismo” utilizando próteses biônicas para se tornarem algo entre robôs e humanos. Afinal, qual é o maior perigo? Robôs ganhando aparência humana ou seres humanos ganhando aparência de robôs?
Nós vamos comprar menos
No futuro, o consumismo desenfreado perderá a força devido as preocupações sobre sustentabilidade e ética das novas gerações de consumidores que nasceram cercados pela internet das coisas e altíssimo acesso à informação. Com a automatização de todas as indústrias e processos de produção controlados por robôs inteligentes, os seres humanos ficarão livres para gastar seu tempo criando novas formas de tecnologia e aprendizado.
Os produtos serão projetados e construídos para durar muito tempo e as tendências passageiras atuais serão substituídas por produtos com design atemporal que podem ser atualizados facilmente trocando a textura, forma, cor e estampa do tecido ou material através da tecnologia vestível. A cultura de compartilhamento será comum em 2050 e as novas tecnologias ajudarão a nos conectar melhor globalmente uns com os outros em qualquer lugar a qualquer hora.
Fonte: Theaustralian
Muito bom, obrigada por compartilhar!