O cânhamo pode ser o tecido do futuro?

As fibras naturais e orgânicas tornam-se cada vez mais populares nos últimos anos por causa da sustentabilidade. A maioria das pessoas sabe que fibras naturais são os materiais mais importantes para têxteis. A fibra de cânhamo é naturalmente uma das fibras mais ecológicas e também a mais antiga. Os primeiros fragmentos fósseis de cordas e nós datam de mais de 15.000 anos. Na China existem referências a ele que datam de 8.000 AC. e acredita-se que o cânhamo seja a primeira planta cultivada como fibra têxtil.

No geral, o cânhamo é a fibra vegetal orgânica mais forte e duradoura deste planeta! É inigualável em propriedades de durabilidade, resiliência, antimicrobianos e antifúngicos, tornando-a a fibra mais popular para os ecologicamente conscientes na indústria da moda. O cânhamo é na verdade uma erva daninha e não precisa de herbicidas ou pesticidas sintéticos para crescer. Isso significa que as roupas feitas de cânhamo são ambientalmente responsáveis ​​e sustentáveis, mantendo você e a Terra felizes e saudáveis.

A fibra de cânhamo ou o cânhamo industrial são obtidos a partir da camada externa da haste da planta Cannabis sativa, que é mais popular para a produção de maconha ou haxixe. No entanto, enquanto a maconha contém 20% do teor de tetrahidrocanabinol (THC), que causa o efeito psicoativo quando fumada, o cânhamo industrial contém apenas 1% de THC. É impossível você ficar chapado com cânhamo.

Como tecido, graças à sua fibra oca, o cânhamo permanece fresco no verão e quente no inverno. Tem propriedades antibacterianas e é capaz de absorver a umidade do corpo, mantendo-o seco e absorvendo raios infravermelhos e UVA em até 95%. A resistência ao rasgamento é três vezes maior que a do algodão e entre as fibras naturais é a que melhor resiste ao desgaste. É usado em muitas indústrias, incluindo papel, plástico biodegradável, construção, alimentação saudável, limpeza química e combustíveis.

A queda da fibra do cânhamo começou com o crescimento da indústria do algodão. No final do século XVIII, a invenção do descaroçador mecânico de algodão tornou muito mais fácil a colheita e a produção de fibras de algodão. A parte mais suspeita disso tudo foi que, em 1917, um americano chamado George W. Schlichten inventou e patenteou uma máquina que permitiria ao cânhamo rivalizar com o custo e o rendimento do algodão. Misteriosamente, o inventor e sua máquina desapareceram.

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O prego no caixão para o cânhamo industrial foi a propaganda de grandes empresas com interesse em fibras sintéticas à base de petróleo. Neste ponto, muitas máquinas já existiam, tornando a produção de cânhamo mais acessível e as grandes empresas petrolífera viam a produção de cânhamo como uma grande ameaça à sua margem de lucro.

E em 1950, é dado o golpe de misericórdia, com a proibição de cultivar cânhamo nos Estados Unidos, Canadá e outros países, sob a influência de lobistas de empresas têxteis sintéticas (a DuPont sendo um dos maiores responsáveis). Os políticos compradas pelas empresas petrolíferas proibiram a produção de cânhamo industrial utilizando como desculpa o conteúdo de THC, que é baixíssimo na planta. Eles usaram o fator psicoativo da maconha como desculpa para proibir o cânhamo.

Na década de 1980, cientistas chineses descobriram como remover a lignina e partes não celulósicas das fibras de cânhamo sem comprometer sua força. Hoje é possível produzir com baixo custo e em grande escala, fibras de cânhamo com toque de algodão. Nas últimas décadas, tanto os consumidores quanto alguns estilistas tomaram conhecimento dos benefícios do cânhamo e de muitos usos criativos.

O cânhamo será o tecido do futuro? Há uma boa chance de que seja. Marcas como Armani, Ralph Lauren e Calvin Klein já fizeram coleções usando tecido de cânhamo. Marcas esportivas como Nike e Patagonia usam em seus trajes esportivos.

Atualmente, o cânhamo industrial é legalmente cultivado em mais de 30 países, sendo os maiores produtores a França e China. Os Estados Unidos eram até dezembro de 2018 uma das poucas nações industrializadas que não permitiam o cultivo de cânhamo. Milhões de dólares em cânhamo são importados para os Estados Unidos a cada ano, a fim de atender à crescente demanda por produtos de cânhamo.

Mas felizmente o presidente Donald Trump deu fim a essa absurda proibição que já dura décadas ao assinar a nova Farm Bill de 2018 que legaliza o cânhamo industrial em todo os EUA. Quando é que o Brasil fará o mesmo? Pois afinal, o país proibiu o cultivo de cânhamo industrial por pressão dos EUA.